quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ARTE FOTOGRÁFICA

SILAS MARTÍ
da Folha de S.Paulo

Thomas Hoepker passou semanas na cola do boxeador Muhammad Ali para fazer um retrato célebre de seu punho estendido em direção à câmera. Elliott Erwitt sentou mais de seis vezes diante de Marilyn Monroe para conseguir caras e bocas impecáveis. "Naquela época, quando a gente encontrava alguém interessante ou famoso, grudava nele", lembra Hoepker em entrevista à Folha.

Já Erwitt tem saudade dos velhos tempos. "Isso que a gente fazia nos anos 60 não existe mais. Hoje sou como motorista de táxi, só faço o que mandam", reclama. Pela falta de tempo e também por causa da morte das grandes revistas fotográficas, como a americana "Life" ou a alemã "Stern", esses fotógrafos trocaram a imprensa pelo mundo da arte e expõem suas fotos em São Paulo, na segunda edição da feira de fotografia "I-Contemporâneo", que é aberta na quarta para convidados. [...]

Um grupo de jovens conversa à luz do sol num dia quente no Brooklyn, enquanto ao fundo surge a fumaça preta das Torres Gêmeas, alvejadas momentos antes por dois aviões. Hoepker conta que tentou chegar ao epicentro do ataque, mas ficou preso no trânsito.

Foi então na direção oposta e, do outro lado do rio, flagrou um clima nada terrorista. Em respeito às vítimas, disse que esperou três anos para publicar a imagem -estampada na capa de um livro seu-, mas foi acusado de banalizar a violência. "As pessoas são condicionadas pela mídia a enxergar realidades terríveis", diz Hoepker. "Mas depois desligam a TV, e a vida continua. A realidade às vezes pode enganar." [...]

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