Gustavo Alves - O Globo
[...] nenhuma outra cidade do continente provavelmente tem como atração turística a sede de polícia. Nem foi levada a tornar o prédio uma atração graças a motoristas que se fingiam de bêbados.
[...]Antes de ser a sede da Stapolizei, o edifício, originalmente um prédio medieval, foi um orfanato e, em seguida, um depósito de armas na II Guerra Mundial. Durante a década de 20, teve seu teto e paredes decorados por Augusto Giacometti (1877-1947), tio do mais famoso escultor e pintor Alberto Giacometti. [...]
Giacometti era um colorista, ou seja, seu principal interesse na pintura era explorar as possibilidades das cores. Ele adotou variações do amarelo para o abóbora na decoração do interior da sala. E as idéias do educador zuriquenho Johann Pestalozzi (1746-1827), para o desenho das formas. [...] como o uso da cabeça (o desenvolvimento do intelecto), da mão (o incentivo ao tra balho) e do coração (o ensino da moral e da ética). E as combinou com desenhos de flores e de rodas dentadas das fábricas, simbolizando o desenvolvimento industrial sonhado para criar empregos.
Onde entram os falsos bêbados na história? Entram - ou melhor, entravam - para testar o seu teor alcoólico, com a intenção, na verdade, de admirar as pinturas. Quando a polícia se instalou no edifício, a sala decorada era usada como o recinto para suspeitos de dirigir bêbados serem examinados para se decidir se deviam ser punidos ou não. [...] A leva de falsos ébrios que começou a aparecer na chefatura, para admirar a obra, foi tão grande, que a polícia transferiu o serviço para outro cômodo e liberou a entrada para os curiosos.
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